Capitulo
nove
Salvamos
o distrito
Entramos na casa do Senhor David, era agora ou
nunca, primeiramente não havia ninguém naquele lugar, estava quieto demais, mas
a criança filha do Senhor David havia nos falado que ele estava “nos”
esperando.
-Pessoal, acho melhor não fazermos isso! – disse
dando um passo para trás.
-Qual é Jefferson? Vai amarelar agora? –
perguntou Felipe.
-Me desculpa cara! Não estou seguro! – disse
decepcionado comigo mesmo.
-Felipe acho que esta na hora de contar a verdade
para ele- disse Manuela.
-Que verdade? É sobre o primeiro Merliniano?
-É Jefferson! Bom, Manu esta certa! – disse
Felipe abaixando a cabeça, continuou- Jefferson o nosso querido Senhor Matt,
acredita que você é o primeiro Merliniano, pois aquele dia no Museu que você
explodiu lá, ele percebeu que sua magia é muito forte coisa que não é normal
para nós, aprendizes.
-Como poderia ser o primeiro Merliniano? Tipo...
Não entendo.
-É complicado de entender mesmo! Mas o Senhor
David esta atrás do primeiro Merliano, por isso que ele mandou seu aprendiz
para o distrito, ele quer acabar com você, só que ele não sabe desta suspeita
do Senhor Matt.
-Ele quer acabar comigo e eu to aqui em frente à
casa dele?- disse num tom apavorado, aquilo não fazia sentido.
-Você está aqui por que é o único mais poderoso
entre todos nós, você pode acabar com ele!
-Mas...
-Chega de, mas Jefferson! É a sua grande oportunidade
de mostrar para todos do distrito quem você é, e futuramente você pode cuidar
do distrito junto com o Senhor Lemoel e Matt.
-Eu não quero cuidar de distrito algum! Quero ir
para casa...
-Jefferson, entenda... Seus pais já sabem que
você é um feiticeiro, sabem de tudo, e sinto muito de dizer, mas aquele que diz
ser seu pai não é...
-Felipe! Chega já falou demais! – gritou Manuela.
- Vamos logo acabar com isso tudo, Jefferson você não esta sozinho! Nós
confiamos em você e estamos aqui para ajudar. - disse ela nos empurrando para
dentro.
A frase do
Felipe ficou na minha cabeça “aquele que
diz ser seu pai não é”, como ele não poderia ser meu pai? Desde que eu me lembre,
eu nasci ao lado daquele homem que nunca me deu tanta atenção, ele se parecia
comigo, e minha mãe? Trair o meu pai? Isso seria ridículo, minha mãe é a mulher
mais fiel que eu conheço, quando a gente tinha tempo para conversar ela me
contava as coisas, quando havia desconfiança do meu pai sobre ele estar traindo
ela, isso seria o mais lógico. Meu cérebro não estava captando esta mensagem
direito.
A casa do
Senhor David era simples, a sala ficava do lado direito da casa, a cozinha do
lado esquerdo e um corredor para a varanda e uma escada no corredor,
provavelmente em cima era os quartos.
-Silencio demais! – disse Felipe.
-Fácil demais! – falei andando na frente.
-Hey! Venham- disse Manuela puxando eu e Felipe
para cozinha.
-O que foi?- disse num tom baixo.
-Eu ouvi vozes. - disse Manuela, estávamos todos
encostados na parede.
Manuela
estava certa, as vozes não eram da cabeça dela, começamos ouvir passo de duas
pessoas descendo a escada, ficamos ali quietos e torcendo para ninguém vir na
cozinha.
-Ué? Quem deixou a porta aberta? – era uma voz
desconhecida para mim, eu estiquei a minha cabeça e o que consegui ver era o
Senhor David.
-Deve ter sido a sua filha! – a outra pessoa
falou, mas aquela voz era muito conhecida, era o Xerife.
-Deve ter sido! Vamos para a cozinha, vou pegar
uma cerveja para nós! – disse Senhor David.
-Para a cozinha não! Cozinha não! – disse num tom
baixo, mas apavorante.
-Cala a boca novato idiota! – disse Manuela
colocando sua mão na minha boca.
-Não precisa não David! Preciso mostrar uma coisa
antes!
-Tudo bem! – disse David.
-Ufa! – disse Felipe em voz alta.
-Espera ai! Você ouviu isso?- perguntou o Xerife.
-Acho que temos visitantes! – apenas vi a sombra
do Senhor David vindo para a cozinha.
Todos nós
ficamos desesperados, eu fiquei com vontade de sair correndo, Felipe ficava me
olhando esperando que eu pensasse em algo, Manuela estava com a feição de que
queria gritar, ela apenas colocou sua mão em mim e no Felipe e falou algumas
palavras em voz baixa e quando eu olhei para baixo eu estava invisível, aquilo
era fantástico. Senhor David ficou do lado da Manuela, ficou olhando para todo
o canto da cozinha, Manuela tentou segurar a respiração. Senhor David deu uma
risada de canto e saiu da cozinha. Esperamos alguns minutos e saímos da
invisibilidade. Começamos a conversar por olhar ou sinais, coisa que era engraçado,
às vezes não entendia nada ou entendíamos ao contrario.
Quando
finalmente entendi o plano de Manuela, começamos a agir, o plano era o
seguinte, íamos ficar invisível e cercar o Senhor David e por fim iríamos
atacar quando menos ele esperasse, o plano tinha tudo para dar certo, só havia
um problema a campainha havia tocado.
Ficamos
invisíveis e fomos para a sala, o Xerife estava lá olhando para o mapa, a minha
vontade era de pegar o mapa de volta e acertar ele, me vingar de quando ele me
acertou. Felipe ficou atrás do Xerife, Manuela ficou atrás onde o Senhor David
estava sentando e eu fiquei em frente ao lugar.
-Posso saber o que você quer aqui? – perguntou
David.
-Eu posso entrar antes?- disse uma voz muito,
muito familiar.
-Entre! – disse o Senhor David
Quando vi,
era o Senhor Matt, o que ele estava fazendo ali? Porque ele foi à casa do
Senhor David? Eu não entendi nada, agora eu conseguia ver Manuela e Felipe, mas
ainda estávamos invisível para as outras pessoas, eu olhei para Felipe e Manuela
em busca de respostas, mas os dois também estavam espantados com aquilo.
-Senhor Matheus? – disse o Xerife.
-Olá! David preciso falar com você...
-O que você quer? Já falei para você não vir aqui...
Eu só não te ataco agora porque minha filha pode chegar a qualquer momento.
-Eu... Não conta para o. - disse Senhor Matt
olhando para mim, eu fiquei com medo de não estar mais invisível eu olhei para
a Manuela ela apenas fez um sinal para eu manter a calma.
-Por que você esta olhando para os lados? – perguntou
David
-Nada! Esquece o que eu te falei ta?
-De não contar para o seu aprendiz que você é pai
dele!- disse Senhor David, de primeiro pensei que fosse eu, mas havia Felipe
ali também, afinal não queria aceitar isso de imediato.
-Cala a sua boca!
-Espera ai! Você esta na minha casa ok? E ninguém
me manda calar a boca.
-Desculpa! Mas por favor... E pare de mandar seus
aprendizes para o meu distrito ok?
-Ele foi um otario! Uma isca fácil para trazer
seu querido filho aqui!
-Você é pior que os meus adolescentes sabia?
-Pouco me importa e a propósito, a porta é
serventia da casa.
Senhor
Matt saiu, mas antes ele me piscou para mim, acho que ele tava dando o sinal e
por sorte Felipe captou a mensagem e atacou o Xerife, Manuela segurou firme o
Senhor David e eu por fim ataquei-o, minha magia parecia que estava fazendo
cócegas no Senhor David.
-Só isso que você sabe fazer?- disse Senhor David
jogando Manuela longe, enquanto Felipe lutava com o Xerife, ele estava se
vingando por mim.
-Você vai pagar por isso! – disse fechando minha
mão, comecei a jogar vários e várias magias no Senhor David. No entanto foi
para longe a casa dele já estava toda acaba, Senhor Matt havia voltado e jogou
uma garrafa para o Felipe e gritou:
-Você sabe o que fazer!
Assim que
Senhor Matt falou Felipe pegou a garrafa e colocou o Xerife dentro dela e ali
ele estava aprisionado, diziam que quem entra nesta garrafa é muito difícil de
sair e é horrível ficar lá, não parecia confortável ficar dentro de uma garrafa.
Enquanto eu e Senhor David ficávamos ali lutando Felipe foi ajudar Manuela. Quando
ela se levantou ela começou a cantar, bom não era bem cantar, era um barulho
irritante, Senhor David apenas caiu no chão tampando os ouvidos, aquele barulho
não me afetava, cheguei próximo a ele o David arrancou o meu colar. Agora
estavam todos perdidos, olhei desesperadamente para Felipe e Manuela, antes que
desse tempo de eu pensar eu ouvi uma voz.
-Acredite em você, meu filho! Use sua magia, você
é um feiticeiro muito importante! - Olhei para os lados, não era ninguém, a voz
vinha da minha cabeça.
-E agora? Vai fazer o que comigo hein? – disse Senhor
David se levantando e rindo.
-Isso! – disse atacando ele, a magia atacou ele
longe, já estávamos la fora, agora minha defesa era muito bom e o meu ataque
nem se fale, ataquei Senhor David em seguida, quando vejo sua filha estava do
lado vendo tudo aquilo, quando ataquei ele pela ultima vez olhei para ela o
olhar dela estava triste, ela olhou para mim.
-D-Desculpa! – disse me afastando, Senhor David
estava ali esticado no chão.
A criança apenas me olhou e correu para perto do
seu pai. Eu fiquei ali parado.
-E-Eu o matei?
-Sim! – disse Felipe com um tom aliviado.
-Mas... Era só isso? Tipo, salvamos o distrito?-
disse confuso e apavorado por ter matado uma pessoa.
-Não! – disse Senhor Matt. – Agora finalmente
podemos pegar o mapa de volta e a nossa fonte de magia!
-Fonte de magia?
-Isso, é lá que encontramos novos feiticeiros, e é
por causa desta fonte que os amuletos funcionam, alguns amuletos, aquele dia no
jogo, por mais que alguém quisesse usar alguma magia poderosa não ia ter como, estávamos
sem a fonte de magia, e as luzes do distrito fracas... Tudo por causa da fonte!
– explicou Felipe.
-Mas pessoas como você novato, não precisa de
fonte alguma, você é o primeiro Merliniano! Você é muito poderoso! – disse Manuela.
-Parabéns Jefferson! Agora vou pegar a fonte e
vocês, bom me esperem aqui.
Ficamos
ali parados, eu me sentei no chão e fiquei vendo aquela cena da pobre criança
chorando pelo seu pai, eu não sabia o que fazer, eu tinha matado o pai dela, eu
tinha matado uma pessoa, aquilo estava me deixando doido.
-Vamos pessoal! – era o Senhor Matt.
Agora
Senhor Matt estava com a mochila provavelmente a fonte estava lá dentro. Fomos
embora, estávamos voltando para o distrito ou o que tinha sobrado dele, todos
estavam animados, Felipe fazia planos para uma festa de recomeço. Manuela
parecia feliz também e eu? Estava triste, pensativo demais, fiquei pensando em
tudo que fizemos.
-Jefferson, você vai poder escolher a musica
hoje, já pensou em alguma?- perguntou Senhor Matt.-Jefferson?
Eu estava
desligado demais, eu apenas olhei para ele e depois para Felipe e Manuela,
estavam animados para a minha escolha.
-Tanto faz! Pode deixar outra pessoa escolher.
E foi
assim até chegar ao distrito, eu pensando em tudo, pensando que eu tinha matado
o Senhor David e era o primeiro Merliniano, pensando em quem realmente era o
meu pai, eu só queria uma coisa naquele momento, ir para casa e viver a minha
vida normal.
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