Capitulo seis
A casa do Senhor Matt
-Então por onde começamos?-perguntei, afinal não tínhamos mapa, nenhuma coisa que nós desse a direção.
-Ainda não sei! Vamos nós escondermos por enquanto! –disse Manuela descendo as escadas.
-Podemos ir à casa do Senhor Matt! Ninguém sabe onde ele mora, exceto eu!- disse Felipe.
-Vamos então! – disse fazendo um sinal para o taxi.
Assim que o taxi parou, entramos desesperadamente, e Felipe disse para o motorista aonde íamos, eu não consegui ouvir o local aonde íamos, só sei que parecia longe, pois o motorista fechou a cara e nos perguntou se tínhamos dinheiro pra isso. Olhei nos meus bolsos e só havia R$ 5,00 reais, no bolso de Manuela havia R$ 10,00 reais e Felipe tinha R$ 0,50 centavos, o motorista não gostou nada disso, ele ia nos expulsar dali, quando Felipe falou algo para ele que ele ficou hipnotizado, parecia um robô e topou nos levar para os nossos destinos.
-Felipe, se nós três somos fortes segundo o Senhor Matt, porque não ficamos todos nós lá para tentar derrotar o aprendiz do Senhor David?-perguntei confuso.
-Porque não ia adiantar nada, apenas íamos enfurecer o Senhor David! Precisamos ir atrás do Senhor David, direto na fonte. – explicou ele olhando pela janela.
-E, mas uma coisa, e esta historia de primeiro Merliniano?
-Há alguém entre nós, que tem... O sangue de Merlin dentro dele, que pode controlar o poder sem ter que usar amuleto algum!
-E por que você olhou para mim? E para o que você foi designado?
-Você faz pergunta demais novato! – disse Manuela.
-Eu já falei que me chamo Jefferson!
-Parem vocês dois! Pelo amor dos Magos! Vocês não se cansam não? – perguntou Felipe irritado.
-Desculpa! - falamos eu e Manuela ao mesmo tempo.
Já estávamos fora da cidade, estávamos passando por uma rua de terra e varias arvores ao lado.
-E depois que chegarmos à casa do Senhor Matt? –perguntou Manuela.
-Vamos ver se achamos algo! – disse Felipe se esticando para frente onde se encontrava uma casa, na realidade era uma mansão. Saímos do carro e agradecemos a bondade do taxista por não querer nossos quinze reais e cinquenta centavos.
Descemos e saímos desesperados em frente da casa, a porta obviamente estava fechada, olhei através do vidro e não havia alguém. Manuela apertou a campainha.
-Não tem ninguém aqui! – disse.
-Pode ter alguém e estar lá em cima! – a retrucou.
Manuela estava certa infelizmente, assim que a porta foi aberta Manuela me olhou com uma cara como se quisesse dizer “Eu te falei”. A garota que abriu a porta aparentava ter a nossa idade, ela era linda, tinha cabelos pretos e olhos verdes, vestia uma calça jeans, uma blusa branca e por cima uma jaqueta xadrez, eu vou ser sincero, eu amava garotas com blusa xadrez.
-Oi, posso ajudar? – falou a garota.
-Olá! Somos alunos do seu pai e ele pediu para que viéssemos aqui! – falou Manuela.
-Ah sim! E como posso acreditar nisso?- perguntou confusa.
-Você não se lembra de mim? Sou eu, Felipe... Ou como posso dizer... O Lipinho! – disse Felipe, tentando puxar algo da memória dela, eu apenas segurei o meu riso.
-Não acredito! Lipinho como você ta grande! – disse ela abraçando-o. Eu e Manuela ficamos parados feitos patetas enquanto ele e ela conversavam.
-Felipe, lembra o porquê viemos aqui? – perguntou Manuela dando uma risada forçada.
-Ah sim! Então Juliana, eu e os meus amigos aqui, precisamos ir ao escritório do seu pai, precisamos achar coisas!
-Ele me disse que vocês viriam mesmo! Entrem. - disse ela.
Assim que entramos ficamos espantados com a casa, era muito linda, havia um retrato de Merlin na parede, provavelmente a Juliana sabia que éramos feiticeiros.
-Venham! O escritório do meu pai é bem ali! – disse ela andando na nossa frente.
-Jefferson, fecha a boca ta? – falou Felipe rindo.
-Idiota! Fica quieto! – disse um pouco com vergonha.
Entramos no escritório do Senhor Matt, como sempre muito organizado, havia vários e vários livros lá, estavam todos em ordem alfabética, devia ter dado muito trabalho para arrumar tudo aquilo. Juliana nos levou para a mesa dele que havia um computador.
-Bom, meu pai me falou para te darem isso! – disse ela entregando uma mochila para nós - ele disse que vocês iam saber o que fazer!
-Você sabe sobre nós? – perguntei confuso.
-Como assim nós?
-Não liga para ele! Ele ama fazer perguntas! – disse Manuela.
-Obrigado Juliana! Será que nós poderíamos passar uma noite aqui?-perguntou Felipe, tirando atenção dela em mim.
-Claro que pode! Vou adorar ter vocês como hospedes. – disse Juliana com um sorriso no rosto. – Vou mostrar onde vocês podem ficar! – disse ela andando na nossa frente.
Eu e Felipe ficamos no mesmo quarto, Manuela ficou no quarto junto com a Juliana, assim que descobrimos onde íamos ficar , Manuela voltou para o nosso quarto e Felipe abriu a mochila e havia um livro, um papel todo enrolado e uma garrafa.
-Para que serve esta garrafa Felipe? – perguntei pegando a garrafa.
-Não sei! Mas acho que é apenas uma garrafa mesmo! – disse Felipe folheteando o livro.
-Seus tolos! É uma dimensão mágica! Só que forma de garrafa! – disse Manuela como se aquilo fosse obvio.
-Hey ! Vejam isso! – disse, abrindo o papel que estava enrolado, era um mapa, mas um mapa real havia passarinhos voando na folha, era uma coisa muito mágica.
-Vejam só! A minha antiga casa! – disse Felipe todo animado por ter achado a casa dele.
-Espera ai! Tem algo errado! – disse Manuela.
-Como assim? – perguntei confuso.
-Felipe encontrar sua casa no mapa, todos sabemos que Felipe é horrível em geografia!
-Obrigado Manuela! Também te amo! – disse ele num tom de ironia.
-Você quer dizer o que com isso?
-Que este mapa mostra a casa de todos os feiticeiros!
-Ou só o que queremos encontrar! Eu tava pensando na minha casa quando a achei!- disse Felipe.
-Simples, vamos fazer o teste! – disse, logo em seguida pensei na minha casa e olhei para o mapa e lá estava a minha casa.
-Você é inteligente! –disse Felipe orgulhoso.
-Então o que estamos esperando? Vamos descobrir a casa do Senhor David e ir embora daqui!
-Calma Manu ! Temos que descansar pelo menos esta noite, pois nos próximos dias teremos que nos preparar para enfrentar o Senhor David! – falou Felipe.
-Pessoal! Olhem! – disse apontando para o mapa, no mapa estava mostrando um homem, de blusa branca saindo do carro e junto com ele, uma mulher e uma criança.
-É o Senhor David! – gritou Manuela.
-Ele tem uma família! – disse em voz baixa.
-Claro que tem! Todos têm Jefferson!- falou Felipe.
-Eu sei disso! Não podemos mata-lo! – disse.
-Como não? Ele acabou com a nossa moradia! –disse Manuela seria.
-E a família dele? Eles têm sentimentos sabia?- disse.
-Pouco me importa isso! – disse Manuela.
-Você gostaria que o seu pai morresse? – meu tom de voz havia aumentado, estava furioso com aquilo, ele tinha uma filha e era pequena, precisa do pai dela. Eu precisei do meu pai e ele nunca teve tempo para mim e não queria que ninguém sentisse o que sentia.
-Os meus pais morreram Jefferson! – disse Manuela, no seu rosto havia uma lagrima.
-Eu lamento por isso, e é isso que você quer para ela?- eu perguntei, estava me sentindo mal por ter feito Manuela chorar.
Ela ficou quieta e saiu correndo chorando.
-Parabéns Jefferson! – disse Felipe guardando o mapa.
-O que eu fiz?
-Você ainda pergunta? Tocou nos sentimentos da Manuela, ela não gosta que falem dos pais dela, não gosta de lembrar que seus pais morreram isso é um ponto muito fraco dela!
-Ela queria matar o Senhor David e ele tem uma família! Eu apenas estou pensando na criança Felipe! Não foi a minha intenção! – o meu tom permaneceu alto e de Felipe também.
-Jefferson, você tem muito que aprender, não pode ficar pensando nesta criança, o pai dela quer nos matar!
-Felipe, me entenda... Você é meu melhor amigo e sabe o que eu passei, e como meu pai fez falta para mim, e ele nunca teve tempo para mim e isso foi horrível! E se ele for um pai prestativo? Aquele pai que todo mundo quis? Vamos mata-lo e pronto?
-Eu sei o que você passou Jefferson, mas... Esta criança não pode nos atrapalhar! Infelizmente este é o destino do Senhor David, agora você aceite isso ou pode ir embora e esqueça tudo que você viveu nestes últimos dias! – disse Felipe saindo do quarto.
Eu sentei na cama e fiquei ali, bom, podem me chamar de gay ou do que vocês quiserem, mas eu comecei a chorar, lembrei-me da minha infância e o pior estava me sentindo muito mal por ter feito Manuela chorar, não sei o porquê disso, mas estava me sentindo mal, eu não queria ir embora, já estava muito envolvido em tudo. Desistir é o maior erro que alguém pode cometer, e eu não queria cometer este erro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário